APOSTILA DE SOCIOLOGIA PARA O 1º ANO ENSINO MÉDIO
1.1. A PALAVRA SOCIOLOGIA
A palavra sociologia foi criada
pelo pensador francês Augusto Comte em 1839 em seu curso de filosofia positiva.
A palavra sociologia é híbrida, isto é, ela é formada por duas línguas
diferentes: Sócio do latim significa social ou
sociedade, logia do grego significa estudo, formando assim, o “estudo
do social” ou “estudo da
sociedade”.
1.2. CONCEITOS DE SOCIOLOGIA
A sociologia possui uma infinidade
de conceitos para identificá-la e explicá-la, diferenciando-a de outras
ciências ou tipos de conhecimentos. Vejamos alguns conceitos segundo alguns
sociólogos: para Durkheim “a sociologia é a ciência das instituições”; para L.
Ward e W. G. Summer “a sociologia é a ciência da sociedade”; para F. H.
Gilddings “a sociologia é a ciência dos fenômenos sociais”. Ela também já foi
definida por Robert Park como “ciência do comportamento coletivo”, por Small de
“ciência das relações humanas”. Para Weber a “sociologia é a ciência que
procura uma compreensão interpretativa da ação social para a partir daí chegar
à explicação causal do seu sentido e dos seus efeitos”.
Para alguns sociólogos
brasileiros como Carlos Benedito Martins a “sociologia é o resultado de uma
tentativa de compreensão de situações sociais radicalmente novas criada pela
então sociedade capitalista”; para Costa Pinto a “sociologia é o estudo
científico da formação, organização e transformação da sociedade humana”.
1.3. OBJETIVO, OBJETO, CAMPO DE ESTUDO E IMPORTÂNCIA.
O objetivo da sociologia é
aumentar ao máximo o conhecimento do homem e da sociedade através da
investigação científica. O objeto de estudo da sociologia é os fenômenos
sociais, isto é, tudo aquilo que se refere às relações entre as pessoas, suas
questões nos seus grupos sociais ou entre os grupos dinamizando a sociedade
como um todo. O campo de estudo da
sociologia é a sociedade como um todo, envolvendo todas as suas
particularidades, sejam em características políticas, econômicas, sociais,
culturais, históricas, etc. A sociologia é importante porque nos permite
compreender melhor a sociedade em que vivemos e conseqüentemente, explicar e
buscar soluções para a complexidade das questões sociais. Assim a sociologia
vem se tornando uma ciência imprescindível para o conhecimento do mundo atual.
1ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Explique o significado da palavra sociologia.
b) – O que é social?
c) – O que é sociedade?
d) – Formule um conceito de sociologia.
e) – Qual o objetivo, objeto, campo de estudo e importância
da sociologia?
1.4. A SOCIOLOGIA E AS DEMAIS CIÊNCIAS SOCIAIS
Com a complexidade do mundo
social e o avanço do conhecimento, tornou-se necessária uma divisão das
ciências sociais em diversas disciplinas, com a finalidade de produzir um
conhecimento mais rigoroso e criterioso, facilitando a sistematização do estudo
e das pesquisas. Assim podemos destacar algumas ciências sociais que contribuem
para os estudos sociológicos e o entendimento do mundo social:
Economia – estuda as
atividades ligadas à produção, distribuição, circulação de bens e serviços;
Ciência política – estuda a
distribuição de poder nas sociedades, bem como a formação e o desenvolvimento
das diversas formas de governos;
Antropologia – estuda e
pesquisa as semelhanças e diferenças culturais entre os vários agrupamentos
humanos, assim como a origem e a evolução das culturas.
1.5. O CONHECIMENTO SOCIOLÓGICO
A sociologia se baseia no
conhecimento científico, por isso, utiliza-se das regras metodológicas da
ciência social como a pesquisa, a objetividade, a observação, as entrevistas e
questionários.
1.6. O SER SOCIOLÓGICO E O SER BIOLÓGICO
Observando a sociedade,
percebemos que as pessoas caminham, correm, dormem, respiram – isso é biológico
(orgânico). Mas as pessoas também cooperam umas com as outras no trabalho,
recebem salários, descontam cheques, entram em greve, estudam, namoram, casam e
etc – isso é sociológico (superorgânico); são essas atividades que fazem do
homem um ser sociológico e, que merecem toda a atenção da sociologia enquanto
ciência que busca a compreensão e explicação dos diversos tipos de relações
sociais.
1.7. PRINCIPAIS TEMAS SOCIOLÓGICOS
Como a sociedade é formada pelos
diversos tipos de relações sociais, a sociologia se interessa por essas
relações que dinamizam a sociedade, por isso, seus principais temas se envolvem
e se confundem dentro da complexidade das relações sociais - dentro dos grupos
sociais: da família, de amigos, do trabalho, da cultura, da ideologia, da
cidadania, da política, da economia, isto é, em todos os níveis de relações
sociais.
1.8. A SOCIOLOGIA EM NOSSO COTIDIANO
A sociologia convive
constantemente em nosso dia-a-dia. Vivemos em sociedade, estamos sempre nos
relacionando com outras pessoas através dos grupos sociais, quando não estamos
em casa com o nosso grupo familiar, estamos na rua com o grupo de amigos ou na
escola nos relacionando com os colegas, enfim estamos sempre nos relacionando
socialmente. Fazemos parte de um sistema estrutural e conjuntural no qual
precisamos compreender e descobrir que muitos fatos (“problemas”) que ocorrem
em nossa vida diária esta ligada às condições sociais. É neste conjunto de
ralações sociais que a sociologia busca compreender e explicar a sociedade,
nossa complexidade, antagonismo, harmonia, crises, etc.
2ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Cite e explique as principais ciências sociais.
b) – Em que se baseia o conhecimento sociológico?
c) – Diferencie o ser sociológico do ser biológico.
d) – Cite alguns temas de interesse da sociologia.
e) – Explique como o conhecimento sociológico pode ser
importante em nosso cotidiano?
2.1. HISTÓRIA DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO
A busca de compreensão e
explicação da sociedade já existia desde a Antiguidade, passando pelo Período
Medieval e Idade Moderna, mas este pensamento não tinha uma base sociológica,
pois os filósofos dessa época acreditavam que Deus e a natureza controlavam a
sociedade, teorizavam modelos de sociedades ideais requisitando às pessoas que
seguissem esses modelos, por isso, durante todos esses períodos o pensamento
sobre o social estava influenciado por um
caráter normativo (estabelecer regras para vida social)
e finalista (objetivo de uma organização social ideal), impedindo um
entendimento científico da realidade social. Outro fator que contribuiu para a
inexistência da sociologia foi o fato de que as sociedades pré-capitalistas
eram relativamente estáveis, o ritmo e o nível das mudanças eram razoavelmente
lentos, não se percebendo a sociedade enquanto um “problema” merecedor de
análises e investigação minuciosa (científica).
2.2. TEORIAS QUE INFLUENCIARAM NA FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA
Para a sociologia se consolidar
como ciência ela teve que abandonar seu caráter normativo e finalista. Por
isso, ela sofreu a influência de teorias e métodos das ciências biológicas e
naturais: a teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882), onde
diz que ao longo de milhões de anos todas as espécies de seres vivos evoluíram;
A biologia foi outra ciência que influenciou na cientificidade sociológica,
através de Herbert Spencer (1820-1903), que criou uma sociologia
organicista onde se fazia uma analogia do organismo vivo com a sociedade.
Neste contexto foi fundamental aceitar a idéia de que os fenômenos sociais
obedecem a leis naturais, embora produzidas pelos homens, esta foi a
importância do positivismo que deu os primeiros passos para a
cientificidade da sociologia. Foi, por isso, também, que logo no seu início, a
sociologia recebeu outros nomes como fisiologia social (por Saint-Simon), ou
física social (por Augusto Comte).
Outros teóricos fizeram suas
interpretações sociais buscando dar à sociologia um caráter de ciência,
buscando a consolidação definitiva sobre um conhecimento verdadeiro e
importante para a sociedade; estes desenvolveram um conhecimento
científico-social onde abrange todos os aspectos da sociedade, utilizando-se de
outras ciências sociais como a economia (produção material), política (relações
de poder), antropologia (aspectos culturais) e outras. Neste processo foram
importantes as contribuições de Karl Marx, Emile
Durkheim e Max Weber.
2.3. FATORES HISTÓRICOS
Os fatores ou transformações
históricas que contribuíram para a consolidação do capitalismo e o surgimento
da sociologia estão relacionados ao contexto geral da transição
do feudalismo para o capitalismo, onde podemos destacar:
Os fatores históricos que vinham
ocorrendo desde o século XVI como:
Reforma Protestante (mudança
religiosa), Formação dos Estados Nacionais e o Absolutismo (mudança política e
territorial), Grandes navegações (mudança geográfica), Humanismo/Renascimento
(mudança cultural), Revolução científica (mudança na ciência), Iluminismo
(mudança ideológica).
As transformações socioeconômicas
do século XVIII provocadas pela dupla revolução:
Revolução
Francesa representou a mudança política-jurídica na história das
sociedades ocidental, baseado nos ideais iluministas de liberdade, igualdade e
fraternidade, a burguesia que já dominava o poder econômico reivindicava agora
o poder político, o que aconteceu durante a revolução francesa. Assim adotaram
novo regime político de representatividade política e sistemas econômicos
favoráveis aos seus interesses.
Revolução
Industrial representou as transformações de mudança socioeconômicas, com o
surgimento das máquinas, com maior divisão técnica do trabalho, com o aumento
da produção, da urbanização, do êxodo rural; a sociedade torna-se mais complexa
e dinâmica, agravando-se também as questões sociais como: crescimento
acelerado do desemprego, miséria, alcoolismo, prostituição e etc.
2.4. A RELAÇÃO DO CAPITALISMO COM A SOCIOLOGIA
O surgimento, a formação e o
desenvolvimento da sociologia está relacionados diretamente com a consolidação
do capitalismo a partir da Revolução industrial e da Revolução francesa do
século XVIII, que criaram novas condições sócio-econômicas e
político-ideológico, que caracterizam a sociedade capitalista, como o
surgimento da indústria, da relação entre burguesia e operário, de regimes
políticos e leis burguesas.
O sistema capitalista possui uma
estrutura social inédita na história da humanidade, que nos instiga a uma
reflexão sobre este sistema, suas transformações, suas crises, seus
antagonismos.
É dentro desse contexto que surge
a necessidade de se compreender e explicar essa nova realidade. Por isso,
precisou-se de uma ciência que estivesse voltada para essas transformações. A
sociologia constitui em certa medida uma resposta intelectual às novas
situações geradas pela nascente sociedade capitalista industrial.
3ª– ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Por que a sociologia não existia antes? O
que é um pensamento sociológico?
b) – Como era o pensamento social na antiguidade, idade
média e moderna?
c) – Que teorias influenciaram na formação da sociologia?
d) – Cite os fatores históricos que contribuíram para o
surgimento da sociologia.
e) – Que revoluções do século XVIII criaram as condições
para o surgimento da sociologia?
f) – Explique a relação da consolidação do capitalismo com o
surgimento da sociologia.
2.5. AS CORRENTES SOCIOLÓGICAS
A existência de interesses
opostos na sociedade capitalista penetrou e invadiu a formação da sociologia,
impedindo um entendimento comum por parte dos pensadores, por isso, a
sociologia se dividiu ideologicamente entre a conservação e a transformação do
status quo, dando margem ao nascimento de diferentes tradições sociológicas
(correntes sociológicas) que representam as diferentes tendências ideológicas
de compreensão e explicação da sociedade capitalista. Assim, temos as primeiras
teorias sobre as transformações provocadas pelo capitalismo:
Profetas do
passado – representados pelos pensadores Edmund Burk (1729-1797),
Joseph de Maistre (1753-1821) e Louis de Bonald (1754-1840). Estes eram
conservadores e tradicionalistas, tinham um pensamento reacionário: condenavam
o iluminismo e a revolução francesa, culpavam pelo caos social, desorganização
da família, da religião, das corporações. Estes ideólogos eram apaixonados pelo
equilíbrio das instituições religiosas, monárquicas e aristocráticas da época
feudal. Por isso, defendiam a ordem e o equilíbrio da sociedade, preocuparam-se
com o controle, integração, posição, hierarquias sociais e também com os
rituais da sociedade.
Socialismo utópico (ou
romântico) – representados por Saint-Simon (1760-1825), Charles
Fourier (1772-1837), Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), Louis Blanc
(1811-1882) e Robert Owen (1771-1858). Estes eram transformadores, mas
românticos, pois acreditavam que os ricos capitalistas voluntariamente abririam
mão de suas riquezas partilhando com os pobres; apelavam para a natureza boa do
ser humano que foi pervertida pelo sistema capitalista. Eram utópicos porque
criticavam o capitalismo e anunciavam os princípios de uma sociedade futura
ideal, mas sem indicar os meios para torná-la real.
Positivismo – O
positivismo é uma matriz teórico-filosófica que deu origem a uma sociologia
conservadora e afirmadora da sociedade capitalista. Representado por Augusto
Comte (1798-1857) e Emile Durkheim (1858-1917). Estes se dedicaram em buscar a
estabilidade social, preocuparam-se com os problemas da manutenção da ordem
capitalista, queriam estabelecer o bom funcionamento desta sociedade,
pretendiam solucionar os problemas sociais através da coerção física e da
educação moral, esta seria a função da sociologia enquanto ciência positiva.
Socialismo
científico – representado por Karl Marx (1818-1883) e Frederic Engels
(1820-1895). As idéias marxianas eram de base estritamente econômica, assim,
todas as questões sociais tinham origem na desigualdade econômica entre as
classes proprietárias e as não proprietárias dos meios de produção. Por isso,
pretendiam realizar mudanças radicais nesta sociedade através de uma revolução
socialista do proletariado, introduzindo a sociedade comunista como uma sociedade
justa e igualitária. Essa perspectiva despertou um pensamento sociológico
crítico e negador da sociedade capitalista.
Funcionalismo – representa
uma teoria reprodutora e conservadora da sociedade capitalista. O principal
representante do funcionalismo é Emile Durkheim (1858-1917), este pensador
estabelece uma analogia entre a sociedade e o organismo biológico
humano. Assim a sociedade funciona graças a seu sistema orgânico, onde
cada instituição ou pessoa faz parte de relações funcionais, fazendo uma organização
social de dependência e complementaridade das atividades sociais, assim a
sociedade é um todo organizado e harmônico.
Marxismo – corresponde
às várias interpretações e continuação complementares das teorias de Karl Marx
e Engels. Entre seus principais representantes podemos destacar: Lênin
(1870-1924), Rosa Luxemburgo (1871-1919), Gramsci (1891-1937) e outros. Baseado
no socialismo científico e nas novas conjunturas e contexto em que viviam,
estes pensadores desenvolveram novas perspectivas teóricas e práticas,
implementando assim o socialismo real, diferente do socialismo ideal (proposto
por Marx).
Escola de
Chicago – fundada em 1892, seus principais representantes são George
Homans Cooley (1846-1929), Talcott Parsons (1902), Robert K. Merton (1910).
Estes foram influenciados pelo positivismo e o funcionalismo do
francês Durkheim, do polonês Malinowski (1884-1942), e do italiano Vilfredo
Pareto (1848-1923). Assim a sociologia chegou aos E.U.A, através da escola de
Chicago que desenvolveu a investigação de campo, de dados empíricos neutros e
objetivos, com procedimentos quantitativos e estatísticos, foram pioneiros nos
métodos ecológicos e etnográficos; desvinculando-se da realidade concreta de
sua época, construíram vários conceitos arbitrários e artificiais, dedicando-se
a casos isolados e irrelevantes como as relações sociais em outras sociedades e
outros momentos. A sociologia norte-americana pretendia neutralizar os ideais e
teorias do socialismo marxista, entretanto, também romperam com o estilo dos
clássicos que se dedicaram a uma significação histórica como a formação do
capitalismo e a totalidade da vida social.
Escola de
Frankfurt – fundada em 1923, sob o nome de Instituto de Pesquisa
Social, seus principais representantes são: Max Horkheimer (1895-1973), Walter
Benjamin (1892-1940), Theodor W. Adorno (1906-1969), Herbert Marcuse
(1898-1979) e Jurgem Habermas (1929). Sua filosofia também é conhecida como
Teoria crítica. Os frankfurtianos criticam a dominação da natureza para fins
lucrativos colocando a ciência e a técnica a serviço do capital. Os
frankfurtianos querem recuperar a razão não repressora, capaz de autocrítica e
a serviço da emancipação humana. Esses pensadores reutilizam o conceito de
iluminismo em sentido mais amplo – um pensador iluminista sempre combate as
supertições, o arbítrio do poder e defende o pluralismo e a tolerância.
4ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – O que são correntes sociológicas?
b) – Por que existem diferentes correntes sociológicas?
c) – Diferencie as idéias dos Profetas do Passado do
Positivismo?
d) – Diferencie o Socialismo Utópico do Socialismo
Científico.
e) – Diferencie o Marxismo de Funcionalismo.
f) – Diferencie as idéias propostas na Escola de Chicago da
Escola de Frankfurt
2.6. OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
Os primeiros pensadores que
testemunharam as transformações sociais que ocorriam desde o século XVIII e que
se preocuparam em compreender e explicá-las, não eram homens de ciência ou
sociólogos que viviam desta profissão. Eram antes de tudo homens voltados para
a ação, que desejavam introduzir determinadas modificações na sociedade.
Participavam ativamente dos debates ideológicos em que se envolviam as
correntes liberais, conservadoras e socialistas. Eles não desejaram introduzir
um mero conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução
industrial, mas procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para
manter, como para reformar ou modificar radicalmente a sociedade de seu
tempo. Entre esses pensadores podemos destacar: Comte, Marx, Durkheim e Weber.
Estes são considerados clássicos da sociologia, pois seus pensamentos ainda têm
poder explicativo, sua vitalidade teórica e explicativa ainda alcança a era
contemporânea, embora apresente limitações.
COMTE MARX DURKHEIM WEBER
5ª – ATIVIDADE – Responda em seu caderno:
a) – Cite os principais pensadores sociais do século XVIII
considerados clássicos da sociologia.
b) – Por que os primeiros os pensadores do século XVIII não
eram homens de ciência ou sociólogos que viviam dessa profissão?
c) – Por que os pensadores sociais do século XVIII não
desejavam apenas introduzir um mero conhecimento sobre as novas
condições de vida geradas pela revolução industrial?
d) – Por que os principais pensadores sociais do século
XVIII são considerados clássicos da sociologia?
3.1. VIDA E OBRA
Isidore Augusto Marie François
Xavier Comte, filósofo e matemático francês, nasceu em Montpelier a 19 de
janeiro de 1798. Foi fundador do positivismo foi ele também que batizou com o
nome de sociologia uma nova ciência que antes ele chamava de “física
social”. Augusto Comte foi importante para a sociologia, pois, através de
sua perspectiva positivista que deu os primeiros passos para a cientificidade
da sociologia, mas ainda confundida com uma filosofia social e religiosidade de
tipo ideologicamente conservadora. Suas principais obras são: Curso de
Filosofia Positiva e Sistema de Política Positiva.
6ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a importância de Augusto Comte para a
sociologia?
b) – Cite as principais obras de Augusto Comte.
c) – Que nome Comte usou pela primeira vez antes de
sociologia?
d) – Com o que é confundida a cientificidade de Comte?
e) – Comte é um pensador de tendência ideologicamente?
3.2. OS TRÊS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO POSITIVISMO COMTEANO
I – Prioridade do todo sobre
as partes: significa que, para compreender e explicar um fenômeno social
particular devemos analisá-lo no contexto global a que pertence. Considerava
que tanto a sociologia estática (estudo da ordem das sociedades em determinado
momento histórico) quanto à sociologia dinâmica (estudo da evolução das
sociedades no tempo) deveriam analisar a sociedade, de uma determinada época,
correlacionando-a a sua história e a história da humanidade (a sociologia de
Comte é, na realidade, sociologia comparada, tendo como quadro de referência a
história universal);
II – O progresso do
conhecimento é característica da sociedade humana: a sucessão de gerações, com
seus conhecimentos permiti uma cumulação de experiências e de saber que
constitui um patrimônio espiritual objetivo e liga as gerações entre si, existe
uma coerência entre o estágio dos conhecimentos e a organização social;
III – O homem é o mesmo por
toda à parte e em todos os termos: em virtude de possuir idêntica constituição
biológica e sistema cerebral.
7ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Cite os três princípios básicos do positivismo
comteano.
b) – Explique o primeiro principio básico do positivismo
comteano.
c) – Diferencie sociologia estática de sociologia dinâmica
segundo os princípios comteano.
d) – Como é a sociologia de Comte?
e) – Como Comte explique o progresso da sociedade humana?
f) – Explique por que Comte diz que o “homem é o mesmo por
toda a parte e em todos os tempos”?
3.3. A LEI DOS TRÊS ESTADOS
1°. Estado teológico ou
fictício – na fase inicial da evolução histórica, o mundo, a vida, os
fenômenos em geral são explicados através dos recursos das forças
sobrenaturais, mágicas dos deuses, primeiramente é a forma de feiticismo no
monoteísmo.
A esta forma de conhecimento,
corresponde uma forma de organização sócio-política: o Governo Monárquico em
que o poder real absoluto é legitimado pelo direito divino. Aqui se explicam os
diversos fenômenos através de causas primeiras, em geral personificadas nos
deuses. O estado teológico subdividiu-se em:
a). Fetichismo, em que o
homem confere vida, ação e poder sobrenaturais a seres inanimados e a animais.
b). Politeísmo, quando
atribui às diversas potências sobrenaturais ou deuses certos traços da natureza
humana (motivações, vícios e virtudes).
c). Monoteísmo, quando se
desenvolve a crença num Deus único.
2º. Estado metafísico ou
abstrato – nesta fase assim como na anterior a sociedade ainda busca
explicações de caráter absoluto. A diferença é que a divindade é substituída
por conceitos como a “essência” e substância (a coisa em si), “causas
primárias” (origem absoluta), “causas finais” (destinado absoluto), que embora
produzidos pela razão, não pode ser comparadas objetivamente. A organização
sócio-política próprio a esta fase é a República liberal, fundamentada em
suposições metafísicas, ou seja, nos direitos humanos.
As causas primárias são
substituídas por causas mais gerais – as entidades metafísicas –, buscando
nestas entidades (idéias) explicações sobre a natureza das coisas e a causa dos
acontecimentos.
3°. Estado positivo ou
científico – é o último estágio da evolução humana, em que a sociedade
atinge o conhecimento científico, isto é, verificável, objetivo e que se
expressa em termos de leis naturais. A filosofia de Comte é justamente uma
análise do estado positivo. O homem tenta compreender as relações entre as
coisas e os acontecimentos através da observação científica e do raciocínio,
formulando leis; portanto, não mais procura conhecer a última das coisas e as
causas absolutas.
8ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a). Cite os três estados do progresso da evolução da
humanidade segundo a teoria de Comte.
b) – O que é o estado teológico ou fictício?
c) – Explique a que corresponde o estado teológico ou
fictício segundo uma organização sócio-política?
d) – Qual o segundo estado da evolução da humanidade segundo
a teoria de Comte?
e) – Diferencie o estado teológico do estado metafísico.
f) – Segundo Comte, qual o terceiro estado da evolução da
humanidade? E o que ele significa?
3.4. O CONHECIMENTO POSITIVO
Segundo Comte, o único
conhecimento válido é que se baseia em fatos. Por isso, a imaginação deve estar
completamente subordinada a observação da realidade sensível e manipulável pela
técnica. Constantemente, abandona-se qualquer tentativa de conhecimento
absoluto ou pelas causas, o objetivo é chegar às leis, ou seja, as relações
constantes que os fatos possuem entre si. Para Comte, somente a filosofia
positivista, livre das teologias e da metafísica, poderia superar as
contradições da humanidade, levando a alcançar o seu destino de progresso.
3.5. A CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS
Comte classificou as ciências segundo dois critérios
interdependentes:
a).O critério de generalidade decrescente e complexidade
crescente;
b).O critério histórico, a ordem histórica das ciências:
matemática, astronomia, física, química, biologia e sociologia.
3.6. A POLÍTICA POSITIVISTA
O fundamento da política positiva
é: “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. Só pode
haver progresso social na medida em que o governo mantém a ordem, reprimindo as
manifestações críticas, sufocando revoltas, garantindo desta forma a paz, a
ordem e o progresso. Para Comte, o governo deve ser ditatorial, para poder
instaurar a nova moral positiva, subordinando os interesses individuais ao
coletivo, garantir a ordem social a qualquer custo.
3.7. A RELIGIÃO DA HUMANIDADE
Comte propôs uma religião
positivista, cujo objeto de culto é a própria humanidade, através da veneração
dos motivos, principalmente os filósofos e cientistas. Essa religião seria a
base da política positiva, na medida em que seus sacerdotes, os sábios deveriam
inculcar na sociedade os princípios morais.
9ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Segundo Augusto Comte, o que é o conhecimento positivo?
b) – Como Comte classifica as ciências?
c) – Em que se fundamenta a política positivista?
d) – Para Comte, como deve ser o governo?
e) – Explique a religião da humanidade como uma religião
positivista proposta por Comte.
4.1. VIDA E OBRA
Karl Heinrich Marx nasceu
em 5 de maio de 1818 em Trier cidade situada na fronteira da Prússia
Renana com a França. Marx foi um dos principais pensadores do século
XIX, ele foi fundador do socialismo científico e grande ativista a favor da
revolução proletária, apesar de não ser um sociólogo de profissão, suas teorias
despertaram a consciência de uma sociologia crítica. Uma das principais características
do pensamento de Marx é a Práxis, isto é, não foi um teórico de gabinete ele
aliava teoria e prática, participando dos movimentos sociais e revolucionários.
Era um pensador de tendência ideológica transformadora, pretendia transformar a
sociedade capitalista em uma sociedade comunista através da revolução
socialista proletária. Entre suas principais obras podemos destacar: A Sagrada
Família (1845), A Ideologia Alemã (1845-1846), Miséria da Filosofia, Manifesto
do partido comunista, As lutas de classe na França (1850/59), o 18 Brumário de
Luis Bonaparte (1852/55), Crítica da economia política (1859) e O capital.
10ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Karl Marx?
b) – Qual a principal característica do pensamento de Marx?
c) – O que é Práxis?
d) – Qual a tendência ideológica de Karl Marx?
e) – Quais as principais obras de Marx?
4.2. INFRAESTRUTURA (BASE) E SUPERESTRUTURA
Marx considerava que não se pode
pensar a relação individuo e sociedade separadamente das condições materiais em
que essas relações se apoiam. Para ele, as condições materiais de toda
sociedade condicionam as demais relações sociais. Em outras palavras, para
viver, os homens têm de, inicialmente transformar a natureza, ou seja, caçar,
construir abrigos, utensílios, etc., sem o que não poderiam existir como seres
vivos. Por isso, o estudo de qualquer sociedade deveria partir justamente das
relações sociais (de produção) que os homens estabelecem entre si e no processo
de produção. Essas relações sociais de produção são a base (infraestrutura) – é
o modo de produção, a maneira básica como a sociedade organiza a produção de
bens. A superestrutura repousa sobre a base e tem que refletir sua
forma, na produção da vida os homens geram também outra espécie de produtos que
não têm forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos
morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento
filosófico e científico, representações coletivas de sentimentos, ilusões,
modos de pensar e concepções de vida diversa e plasmada de um modo peculiar.
Para Marx, portanto, a produção é
a raiz de toda a estrutura social. Na sociedade antiga, por exemplo, a relação
social básica era a relação senhor x escravo. Não podemos, segundo Marx,
entender a política ou a cultura dessa época sem primeiramente estudar essa
relação básica que condicionava todo o resto da sociedade.
4.3. CLASSES SOCIAIS E LUTA DE CLASSES
Para Marx, o modo de produção
capitalista se caracteriza pela divisão da sociedade em classes, na exploração
do trabalhador e na alienação, gerando assim uma sociedade desigual,
antagônica, injusta, irracional e anárquica que deve ser substituída pelo
socialismo através da revolução proletária.
Segundo Marx, na sociedade
capitalista as relações sociais de produção definem duas grandes classes: de um
lado, os capitalistas, que são aquelas pessoas que possuem os meios de
produção (máquinas, ferramentas, capital, etc) necessários para transformar a
natureza e produzir mercadorias; do outro lado, os trabalhadores, também
chamados, no seu conjunto, de proletariados, aqueles que nada possuem, a
não ser o seu corpo e sua disposição para trabalhar. Assim o conceito de classe
em Marx estabelece um grupo de indivíduos que ocupam uma mesma posição no
processo de produção e nas relações de produção, em determinada sociedade. A
classe a que pertencemos é que condiciona de maneira decisiva nossa atuação
social. Neste sentido, é principalmente a situação de classe que condiciona a
existência do individuo e sua relação com o resto da sociedade: podemos
compartilhar idéias, amizades e comportamentos de indivíduos de outras classes,
mas no momento de conflito, como nas greves ou mesmo no mercado (consumo), as
diferenças irão aparecer de acordo com a classe a que pertencemos. Nessa
relação de classes surgem a “classe em si” e “classe para si”:
- “Classe em si” – quando o
individuo não tem consciência de classe, ele encontra-se em qualquer posição
(status) na estrutura econômica;
- “Classe para si” – quando
a pessoa tem consciência de classe, ele assume uma posição político-ideológica.
11ª – ATIVIDADE. Responda em caderno:
a) – Por que Marx considera que não se pode pensar a relação
individuo e sociedade separadamente das condições materiais que essas relações
se apoiam?
b) – Segundo Marx, o que se entende por infraestrutura e
superestrutura?
c) – Para Marx, o que caracteriza o modo de
produção capitalista?
d) – Para Marx, como a sociedade capitalista deve
ser substituída?
CONTINUAÇÃO (11ª). Responda em seu caderno:
a) – Explique as duas grandes classes que existem
na sociedade capitalista definidas por Marx?
b) – Conceitue classe, segundo Karl Marx.
c) – Segundo Marx, o que condiciona ou determina a vida das
pessoas na sociedade capitalista?
d) – Diferencie “classe em si” de “classe para si”.
4.4. MODO DE PRODUÇÃO E RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
Ao viverem em sociedade, as
pessoas participam diretamente da produção, da distribuição e do consumo de
bens e serviços, ou seja, participam da vida econômica da sociedade. Para Marx,
a produção é um processo de transformação da natureza da qual resultam bens que
vão satisfazer as necessidades do homem. Portanto, produzir é dar uma nova
combinação aos elementos da natureza. O processo de produção compõe-se de três
elementos associados: trabalho, matéria-prima e instrumentos de produção:
Matéria-prima + instrumentos de
produção = meios de produção.
Meios de produção + trabalho =
forças produtivas.
Relações de produção + forças
produtivas = modo de produção.
No processo produtivo, os homens
estão ligados entre si e dependem uns dos outros. O trabalho é um ato social,
no sentido de que é realizado na sociedade. As relações que se estabelecem
entre os homens na produção, na troca e na distribuição dos bens são relações
de produção. Essas relações existem em todos os processos de produção, no caso
capitalista, ela ocorre antagonicamente entre os proprietários dos meios de
produção e os trabalhadores.
O modo de produção é a maneira
pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e como os
distribui. Assim, numa determinada época histórica, uma sociedade tem uma certa
maneira de se organizar para produzir e para distribuir sua produção. Nesta
teoria as relações de produção são o centro organizador de todos os aspectos da
sociedade. Isto é, como era a relação de produção na sociedade primitiva? Como
eram a relações de produção na sociedade escravista? Como eram as relações de
produção na sociedade feudal? Como são as relações de produção na sociedade
capitalista?
Para Marx, as forças produtivas
alteram-se no percorrer da história, antes se produzia com instrumentos simples
hoje se utiliza instrumentos complexos. Ao longo da história, os homens têm
produzido aquilo de que necessitam de vários modos e se organizado também. Por
isso, segundo a dialética marxista e seu materialismo histórico, pode-se
afirmar que a história da humanidade é a história da transformação da sociedade
humana pelos diversos modos de produção: modo de produção primitivo, modo de
produção escravista, modo de produção asiático, modo de produção feudal, modo
de produção capitalista e modo de produção socialista.
4.5. O CAPITAL E A MAIS-VALIA
Na obra O capital, Marx analisa
detalhadamente as condições do sistema capitalista, expõe suas contradições e
limites. Neste livro, Marx usa os princípios e categorias da dialética
(filosofia) em uma questão econômica, para que a classe trabalhadora tenha
melhores instrumentos em sua luta (prática social). Nesta obra ele desvenda a
complexidade das relações entre a acumulação capitalista e a força de trabalho.
A fórmula do capital: D - M
- D¹ - M - D² - M - D³...
Para entender o processo da
acumulação capitalista precisamos conhecer os conceitos de mercadoria,
dinheiro, capital, mais-valia, lucro, salário, força de trabalho e como esses
elementos se relacionam neste processo: mercadoria= é tudo aquilo que se
produz para ser vendido ou trocado no mercado, ela possui dois valores, valor
de uso (serve para satisfazer necessidades pessoais) e valor de troca (serve
para gerar dinheiro/lucro/capital) um bem só se torna mercadoria quando passa a
ter valor de troca; força de trabalho= é a energia física e mental
utilizada para produzir bens ou serviços. A fonte de valor da mercadoria é a
força de trabalho, o valor da mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho
socialmente necessário para produzi-la, sem trabalho os objetos não tem valor
de troca, logo não podem ser mercadorias; dinheiro= é uma mercadoria
especial que pelo costume ou lei monopoliza o posto de equivalente geral capaz
de comprar outras mercadorias que satisfazem algumas necessidades humanas (tem
valor de uso); capital= é a riqueza (dinheiro, máquinas, matéria-prima)
destinada a obter lucro que é reinvestido na obtenção de mais
riquezas; lucro= é uma parte variável (depende das condições de mercado)
da mais-valia derivada das vendas das mercadorias; salário= é o valor pago
para o trabalhador (força de trabalho) que não corresponde a riqueza gerada por
ele, mas a penas ao suficiente para sua manutenção e de seus filhos
(alimentação, roupas, habitação); mais-valia= é o valor a mais, criado
pelo trabalhador no processo produtivo e que não é repassado para ele; é a
diferença entre o valor da produção total e o valor pago pelo trabalho, é o
excedente da produção, tudo que é produzido além do valor do salário. Para
Marx, o processo de produção e de relação social na sociedade capitalista se
realiza de maneira desigual e de exploração, pois nesse processo de produção e
na relação capitalista é que surge a mais-valia.
A fórmula da
mais-valia:
A ------- D ------------- C
----------------------- B
Existem dois tipos básicos de
mais-valia:
-Mais-valia absoluta –
cresce simplesmente prolongando a jornada de trabalho;
-Mais-valia relativa –
cresce em relação ao aumento do sobre-trabalho e à correspondente diminuição do
tempo de trabalho necessário que ocorre através do uso de tecnologia.
4.6. ALIENAÇÃO
A palavra alienação vem do latim
(alienare, alienus) significa “que pertence a um outro”. Alius é o outro.
Portanto, sob determinado aspecto, alienar é tornar alheio, transferir para
outrem o que é seu. Para Marx, a alienação ocorre no processo produtivo e nas
relações sociais de produção capitalista. A alienação não é puramente teórica, manifesta-se
na vida real, a partir da divisão do trabalho, quando o produto do trabalho
deixa de pertencer a quem o produziu; a divisão do trabalho na sociedade
capitalista torna o homem um ser incompleto e não-realizado. O operário que
trabalha em uma fábrica e produz determinado objeto não escolhe seu próprio
salário, o seu horário ou ritmo da produção, isso é determinado por forças que
lhe são estranhas. Além de tudo isso, o produto produzido pelo operário não lhe
é reconhecido e nem lhe pertence, pois devido à divisão do trabalho ele
executou apenas uma parte da produção e recebeu um salário para tanto. Esta
divisão do trabalho gera também uma certa indiferença entre os trabalhadores
que executam atividades diferentes, ficando estranhos entre si. A alienação no
processo produtivo gera:
- Fetichismo da
mercadoria – ocorre quando a mercadoria passa a ser considerada mais
importante que o individuo que produziu. Ocorre quando o valor de troca (o que
a mercadoria vale no mercado) se torna superior ao valor de uso (o que a
mercadoria vale por sua utilidade) determinando as relações humanas.
- Reificação do
trabalhador – (do latim, res = coisa) ocorre quando o trabalhador se torna
um mero instrumento produtor de mercadoria, quando a força de trabalho da
pessoa se torna mercadoria e pode ser vendida e comprada em troca de um
salário. “É a humanização da mercadoria e a desumanização da pessoa”.
12ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é produção e quais os elementos que compõe este
processo?
b) – O que é modo de produção?
c) – Por que a dialética marxista e o materialismo histórico
afirmam que a história da humanidade é a história da transformação das
sociedades pelos modo de produção?
d) – O que Marx analisa e defende em sua obra “O Capital”?
e) – Qual a fórmula do capital?
CONTINUAÇÃO (12ª). Responda em seu caderno:
a) – Explique os conceitos de: mercadoria, força de
trabalho, dinheiro, capital, lucro, salário e mais-valia.
b) – Explique a fórmula da mais-valia.
c) – Diferencie mais valia absoluta de mais-valia relativa.
d) – O que significa alienação?
e) – Como ocorre a alienação?
f) – Como a divisão do trabalho contribui para a alienação?
g) – O que a alienação no processo produtivo gera?
h) – Como ocorre o fetichismo da mercadoria?
i) – Como ocorre a reificação do trabalhador?
4.7. IDEOLOGIA
No seu livro A ideologia alemã,
Marx se refere à ideologia como um sistema elaborado de representações e de
idéias, que correspondem a formas de consciência que os homens tem em
determinada época. Essas representações e idéias são qualificadas como quimeras,
formas imaginárias, ilusão, sonho, enfim, algo que esta em oposição às
condições materiais da vida real. Aparece ai também a concepção de que a
ideologia é a inversão da realidade, no sentido de reflexo, como na câmara
fotográfica, onde a imagem aparece “invertida”. Marx diz que: “a existência
condiciona a consciência”, ou seja, não é consciência que determina a vida, é a
vida que determina a consciência.
Para Marx, a ideologia é “um
sistema de crenças ilusórias relacionadas a uma classe social determinada”. Por
isso, ele diz: “as idéias dominantes de uma época representam as idéias da
classe dominante”.
Percebe-se nas teorias de Marx,
que o tema ideologia veicula uma relação fundamental que é a oposição entre o
falso (ideologia) e o verdadeiro (saber científico). O falso representa a
ideologia e o verdadeiro é representado pela ciência, que libertará o
proletariado da dominação burguesa.
Segundo as teorias marxianas, a
ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações
(idéias e valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem
aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem
valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que
devem fazer e como devem fazer. A ideologia é, portanto, tem as seguintes
características: é um corpo explicativo (representações) e prático (normas,
regras, preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador.
4.8. A FUNÇÃO DA IDEOLOGIA
A função da ideologia é dar aos
membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação racional para as
diferenças sociais, políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças
à divisão da sociedade em classes, a partir das divisões na esfera da produção.
Busca camuflar as diferenças de classes sociais antagônicas e de fornecer aos
membros da sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos
referenciais identificadores de todos e para todos, como, por exemplo: a
Humanidade, a Liberdade, a Igualdade, a Nação, o Estado, a Pátria, o Progresso,
a Família e etc.
13ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Para Marx, o que é ideologia?
b) – Defina ideologia, segundo as teorias marxianas.
c) – Explique a frase: “as idéias dominantes de uma época
são as idéias da classe dominante”.
d) – Cite algumas características da ideologia.
e) – Qual a função da ideologia?
4.9. A QUESTÃO DO MÉTODO EM MARX:
A DIALÉTICA MATERIALISTA e MATERIALISMO HISTÓRICO
Em termos de método, Marx
enfatiza que o pesquisador não deve se restringir à descrição da realidade
social, mas deve também se ater á análise de como essa realidade se produz e se
reproduz ao longo da história. Por exemplo, em relação às classes na sociedade
capitalista não basta a descrição das duas classes sociais existentes – a
capitalista e a dos trabalhadores –, mas é preciso mostrar a maneira como essas
classes surgiram na história, como o conflito entre elas se mantém e quais as
possibilidades de transformação dessas relações de classe no futuro. Mostrando
as possibilidades de transformação da realidade social, o cientista social pode
desempenhar um papel político revolucionário, ao tomar partido da classe
trabalhadora. Por isso, em Marx, a ciência tem um papel político
necessariamente crítico em relação à sociedade capitalista, devendo ser um
instrumento não só de compreensão, mas também de transformação da
realidade. A metodologia sociológica de Marx baseia-se na aplicação do seu
materialismo dialético(concepção filosófica) aos fenômenos sociais, que por sua
vez, teve mérito de fundar uma teoria científica de inegável alcance
explicativo: o materialismo histórico(concepção científica). A teoria da
dialética materialista se resume em: tese, antítese e síntese. E as
características de sua dialética são: tudo se relaciona, tudo se transforma, mudança
qualitativa e luta dos contrários.
4.10. A CONCEPÇÃO DE ESTADO
Marx relacionou a existência do
Estado às condições das classes sociais existentes na sociedade. Assim, em vez
do Estado imanente e superior, acima dos homens (como pensavam os filósofos
Hobbes, Locke e Rousseau), Marx apresenta-o como um instrumento da classe
dominante. A gênese do Estado reside, portanto na divisão da sociedade em
classes, sendo sua principal função conservar e reproduzir esta divisão,
garantindo os interesses da classe que domina as outras classes.
14ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Para Marx, qual o papel da ciência?
b) – Em que se baseia a metodologia sociológica de Marx?
c) – Cite as características da dialética
marxista.
d) – Explique como Marx analisa o papel do Estado na
sociedade?
5.1. VIDA E OBRA
David Émile Durkheim, sociólogo
francês nasceu em Épinal em 15 de abril de 1858, estudou na Ecole Normale
Superfieure de Paris, tendo-se doutorado em filosofia. Em 1885 foi estudar na
Alemanha, sendo muito influenciado pelas idéias do positivismo de Wilhelm
Wundt. Durkheim é um dos principais clássicos da sociologia, foi responsável
pela introdução da sociologia nas universidades como disciplina e ciência
acadêmica. De tendência ideológica conservadora, ele corresponde a uma corrente
sociológica funcionalista, cuja teorias e metodologia de caráter comparativas
consolidaram a sociologia como ciência social. Entre suas principais obras
podemos destacar: A divisão do trabalho social (1893), As regras do método sociológico
(1894), O suicídio (1897).
O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro
princípios fundamentais:
1º. A sociologia é uma ciência independente das
demais ciências sociais e da filosofia;
2º. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos
considerados como “coisas”;
3º. A causa de cada fato social deve ser procurada
entre os fenômenos sociais que antecedem. Para explicar um fenômeno social
deve-se procurar suas causas;
4º. Todos os fatos sociais são exteriores aos indivíduos,
formando uma realidade especifica.
15ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Emille Durkheim?
b) – Qual a tendência ideológica de Durkheim?
c) – A qual corrente sociológica Durkheim corresponde?
d) – Que caráter tem as teorias e metodologia de Durkheim?
e) – Cite as principais obras de
Durkheim.
f) – Explique os quatro princípios fundamentais do sistema
sociológico de Durkheim.
5.2. A DIVISÃO DO TRABALHO E A SOLIDARIEDADE
Durkheim possuía uma visão
otimista da nascente sociedade capitalista industrial. Considerava que a
crescente divisão do trabalho que estava ocorrendo a todo vapor na sociedade
européia e acarretava, ao invés de conflitos sociais, um sensível aumento da
solidariedade entre os homens.
De acordo com ele, cada membro da
sociedade, tendo uma atividade profissional mais especializada, passava a
depender cada vez mais do outro. Julgava, assim que o efeito mais importante da
divisão de trabalho não era o aspecto econômico, ou seja, o aumento
da produtividade, mas sim, o fato de que ela tornava possível a união e a
solidariedade entre os homens (de maneira funcional.). A origem da divisão do
trabalho está na densidade dinâmica ou moral, é o aumento das dimensões
absolutas ou do volume da sociedade que determina o processo da divisão do
trabalho, que é o fator preponderante de integração social na sociedade
moderna. O progresso da divisão do trabalho é o fio condutor do processo
evolutivo que liga as formas de sociedade mais simples às mais complexas, numa
evolução de estrutura segmentar a uma estrutura organizada – a divisão do
trabalho progride quanto mais existem indivíduos que estejam suficientemente em
contato para poder agir e reagir uns sobre os outros.
5.3. SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA (da
sociedade tradicional à sociedade moderna)
Inspirado em idéias de Spencer e
em um método analógico (comparação), Durkheim desenvolveu a teoria no qual
acreditava que as espécies sociais à semelhança das espécies vivas podem ser
classificadas numa escala evolutiva das mais simples às mais complexas:
caracterizou-se dois tipos de sociedade que corresponderiam ao inferior e
superior da escala evolutiva, ou seja, de uma sociedade simples/tradicional à
uma sociedade complexa/moderna; tais tipos consistem em duas formas de
solidariedade social – dois princípios de integração entre indivíduos e grupos
no interior das sociedades: solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica.
» solidariedade
mecânica: ocorre quando a consciência coletiva exerce um papel preponderante
como princípio de integração social. A sociedade se apresenta como um conjunto
mais ou menos organizado de crenças e sentimentos comuns a todos os indivíduos
(membros do grupo) é a semelhança de crenças e sentimentos que mantêm os
indivíduos e grupos unidos nesse tipo de sociedade todos exercem
aproximadamente as mesmas atividades, dividem os mesmos deuses. São sociedades
primitivas (tribais), onde existe a homogeneidade econômica e cultural. As
consciências individuais são subordinadas à consciência coletiva. O direito é
repressivo, para manter a coesão social.
» solidariedade
orgânica: a integração social é realizada a partir da diferenciação entre
indivíduos e grupos no interior da sociedade, existe um sistema de funções
diferentes e especiais, que unem relações definidas, trata-se da solidariedade
produtiva pela divisão do trabalho, que supõe precisamente a diferenciação e a
complementaridade de funções com forma de cooperação e entre os membros da
sociedade. São sociedades modernas que possuem uma organização complexa. O
direito é restitutivo, não é tanto para punir as condutas desviantes, mas impor
a separação dos prejuízos causados pelo descumprimento das obrigações
profissionais ou funcionais (juridicamente seria o direito civil, comercial, processual,
administrativo).
16ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Qual era a visão de Durkheim sobre a sociedade
capitalista industrial?
b) – Como Durkheim julgava a importância da divisão do
trabalho?
c) – Qual a origem e o progresso da divisão do trabalho na
sociedade?
d) – Explique a teoria de Durkheim no qual as sociedades
passam de uma sociedade simples/tradicional à uma sociedade complexa/moderna.
e) – Explique a diferença de uma sociedade tradicional e uma
sociedade moderna destacando os dois tipos de solidariedade mecânica e orgânica
desenvolvida por Durkheim.
5.4. A QUESTÃO PATOLÓGICA E ANÔMICA DA SOCIEDADE
Durkheim é também admirado pelo estudo dos problemas da
personalidade, realizado em sua obra O suicídio (1897), em que a
divisão do trabalho é tratada como um desenvolvimento normal da sociedade
humana, que propicia o aumento da iniciativa pessoal em detrimento da
autoridade exercida pela tradição. Entretanto, o número crescente de suicidas
nas sociedades desenvolvidas foi por ele considerado como um traço patológico
na organização social. Nesse sentido, Durkheim descreve três tipos de
suicídios:
* Altruísta – quando o individuo fortemente ligado
a um grupo não distingue entre seus próprios interesses e os do grupo, sendo
capaz de sacrificar-se por ele. É o caso de soldados que se sacrificam para
salvar companheiros. Esse tipo de suicídio também pode ser levado a efeito pelo
individuo que deixa de satisfazer os padrões do grupo: a morte é, então,
preferível a qualquer outra coisa;
* Egoísta – é o suicídio que ocorre quando o
individuo não está envolvido com ninguém nem com nenhuma causa, faltando-lhe
laços emocionais que lhe tornem a vida digna de viver;
* Anômico – é o suicídio que se manifesta quando o
individuo participa de uma sociedade caracterizada pela anomia (ausência de
regras, sem normas), sendo comum em épocas de depressão econômica.
A importância de O suicídio está intimamente relacionada aos
esclarecimentos que presta quanto ao relacionamento humano, tanto no que se
refere aos grupos quanto ao que diz respeito às normas dos grupos.
17ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Como Durkheim considera o número crescente de suicídios
na sociedade moderna?
b) – Como se chama a o obra no qual Durkheim desenvolve um
estudo sobre a personalidade?
c) – Cite os três tipos de suicídio estudados por Durkheim.
d) – Explique o que é um suicídio Altruísta?
e) – Explique o que é um suicídio Egoísta?
f) – Explique o que é u suicídio Anômico?
g) – Qual a importância do estudo do suicídio?
5.5. O MÉTODO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA
Em sua obra As regras do método
sociológico (1894), Durkheim propõem alguns procedimentos aos
pesquisadores: o método de uma ciência consiste no conjunto de regras que o
pesquisador deve seguir para realizar, de maneira correta, suas pesquisas. Como
Durkheim enfatiza o caráter exterior e coercitivo dos fatos sociais, ele
colocará como regra básica de seu método que o pesquisador deve analisar os
fatos sociais como se eles fossem coisas, isto é, como se fossem objetos que
existem independentemente de nossas idéias e vontades. Com isso, Durkheim
enfatiza como fundamental para uma pesquisa científica a posição de
neutralidade e objetividade que o pesquisador deve descrever a realidade
social, sem deixar que suas idéias e opiniões interfiram na observação dos
fatos sociais.
5.6. FATO SOCIAL
Para Durkheim, na relação
individuo e sociedade, ele destaca que a sociedade prevalece sobre o individuo.
A sociedade é, para esse autor, um conjunto de normas de ação, pensamento e
sentimento que não existem apenas na consciência dos indivíduos, mas que são
construídos exteriormente. Isto é, fora das consciências individuais. Em outras
palavras, na vida em sociedade o homem defronta com regras de conduta que não
foram diretamente criadas por ele, mas que existem e são aceitas na vida em
sociedade, devendo ser seguidas por todos. Sem essas regras, a sociedade não
existiria e é por isso que os indivíduos devem obedecê-las. Os fatos sociais
são os modos de pensar, sentir e agir de um grupo social. O modo de vestir, a
língua, o sistema monetário, a religião e uma infinidade de outros fenômenos
são consideradas fatos sociais.
As leis são um bom exemplo do
raciocínio de Durkheim. Em toda sociedade existem leis que organizam a vida em
conjunto. O individuo isolado não cria leis nem pode modificá-las. São as
gerações de homens que vão criando e reformulando coletivamente as leis. Essas
leis são transmitidas para as gerações seguintes na forma de códigos, decretos,
constituições, etc. como indivíduos isolados, temos de aceita-las; sob pena de
sofrer castigos por viola-las.
Seguindo essas idéias, Durkheim
afirmara que os fatos sociais, ou seja, o objeto de estudo da sociologia, é
justamente essas regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos
em sociedade. Tais fatos sociais são diferentes dos fatos estudados por outras
ciências por terem origem na sociedade, e não na natureza (como nas ciências
naturais) ou no individuo (na psicologia).
5.7. CARACTERÍSTICAS DO FATO SOCIAL
Esses fatos sociais têm três
características básicas que permitirão sua identificação na realidade, elas
são: gerais, exteriores e coercitivos.
1ª. Generalidade – o
fato social é comum aos membros de um grupo;
2ª. Exterioridade – o
fato social é externo ao individuo, existe independentemente de sua vontade.
Isto é, consistem em idéias, normas ou regras de conduta que não são criadas
isoladamente pelos indivíduos, mas foram criadas pela coletividade e já existem
fora de nós quando nascemos.
3ª. Coercitividade – os
indivíduos vêem-se obrigados a seguir o comportamento estabelecido porque essas
idéias, normas e regras devem ser seguidas pelos membros da sociedade; se isso
não acontece, se alguém desobedece a elas, é punido, de alguma maneira pelo
resto do grupo.
É justamente a educação um dos
exemplos preferidos por Durkheim para mostrar o que é um fato social. O
individuo, segundo ele, não nasce sabendo previamente as normas de conduta
necessárias para a vida em sociedade. Por isso, toda sociedade tem de educar
seus membros, fazendo com que aprendam as regras necessárias à organização da
vida social. As gerações adultas transmitem às crianças e aos adolescentes
aquilo que aprenderam ao longo de sua vida em sociedade. Com isso, o grupo social
é perpetuado, a pesar da morte dos indivíduos.
O que a criança aprende na
escola? Idéias, sentimentos e hábitos que ela não possui quando nasce, mas que
são essenciais para a vida em sociedade. A linguagem, por exemplo, é aprendida,
em grande medida, na escola. Ninguém nasce conhecendo a língua de seu país. É
necessário um aprendizado, que começa já nos primeiros dias de vida e se
prolonga no decorrer dos muitos anos na escola, para que a criança consiga se
comunicar de maneira adequada com seus semelhantes. Sem o aprendizado da
linguagem, a criança não poderia participar da vida em sociedade.
5.8. INSTITUIÇÃO
Outro conceito importante para
Durkheim é o de instituição. Para ele, uma instituição é um conjunto de normas
e regras de vida que se consolidam fora dos indivíduos e que as gerações
transmitem uma às outras. Há ainda muitos outros exemplos de instituições:
família, Estado, Igreja, Exército, etc. Assim, para Durkheim é a sociedade,
como coletividade, que organiza, condiciona as ações individuais. O individuo
aprende a seguir normas e regras de ação que lhes são exteriores. Ou seja, que
não foram criadas por ele, e são coercitivas, pois limitam sua ação e prescreve
punições para quem não obedecer aos limites sociais. A função das instituições
é socializar os indivíduos, fazer com que eles assimilem as regras e normas
necessárias à vida em comum.
18ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que Durkheim coloca como regra básica de seu método
de pesquisa?
b) – O que Durkheim enfatiza como fundamental para uma
pesquisa científica?
c) – Como Durkheim vê a relação individuo e sociedade?
d) – O que é sociedade para Durkheim?
e) – Para Durkheim, qual a importância das regras sociais?
f) – Na concepção de Durkheim, O que é fato social?
g) – Qual o objeto de estudo da sociologia, segundo
Durkheim?
h) – Cite e explique as características dos fatos sociais.
i) – Qual a importância da educação, segundo Durkheim?
j) – O que é instituição?, Cite exemplos e explique sua
função.
6.1. VIDA E OBRA
Nascido em Erfut, a 21 de
Abril de 1864, Max Weber tornou-se um dos sociólogos e economistas político
mais importante da Alemanha nos séculos XIX e XX. Max Weber foi um dos mais
importantes clássicos da sociologia, pois suas teorias contribuem até hoje para
a análise da vida social. Filho de uma abastada família de comerciantes
formou-se em direito e economia nas Universidades de Berlim e de Heidelberg
respectivamente. Mais tarde trabalhou como professor nas Universidades de
Berlim (1893), Freiburg (1894), Heidelberg (1897), Viena (1917). Pode-se
afirmar que a vida de Max Weber foi totalmente dedicada aos estudos, à pesquisa
e à participação ativa na política alemã de seu tempo, principalmente mediante
suas intervenções em conferências, seus artigos para jornais e revistas e seus
escritos publicados em vida e postumamente. Max Weber é um pensador de
tendência ideológica conservadora e suas análises têm características
histórico-comparativa. Entre suas principais obras podemos destacar: A ética
protestante e o espírito do capitalismo e Economia e sociedade.
19ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Quem foi Max Weber?
b) – Como foi a vida de Max Weber?
c) – Qual a tendência ideológica de Max Weber?
d) – Qual as características das análises teóricas de Weber?
e) – Quais as principais obras de Weber?
6.2. A METODOLOGIA E A NEUTRALIDADE CIENTÍFICA
A sua insistência em compreender
as motivações das ações humanas levou-o a rejeitar a proposta do positivismo de
transferir para a sociologia a metodologia de investigação utilizada pelas
ciências naturais. Não havia, para ele, fundamento para esta resposta, uma vez
que o sociólogo não trabalha sobre uma matéria inerte, como acontece com as
cientistas naturais. Weber diz que o ponto chave de uma investigação
sociológica é o individuo e sua ação, é a compreensão da ação dos indivíduos e
não a análise das “instituições sociais” ou “grupo social” que vai nos permitir
entender a sociedade. Para compreender as instituições temos que partir das
intenções e motivações dos indivíduos que vivenciam estas situações sociais. Ao
contrário do positivismo, que dava maior ênfase aos fatos, à realidade
empírica, transformando geralmente o pesquisador num mero registrador de
informações, a metodologia de Weber atribuía-lhe um papel ativo na elaboração
do conhecimento.
A intenção de conferir à
sociologia uma reputação científica encontra na figura de Max Weber, um marco
de referência. Durante toda a sua vida, insistiu em estabelecer uma clara
distinção entre o conhecimento científico, fruto de cuidadosa investigação, e
os julgamentos de valor sobre a realidade. Com isso, desejava assinalar que um
cientista não tinha o direito de possuir, a partir de sua profissão,
preferência políticas e ideológicas. No entanto, julgava ele, sendo todo
cientista também um cidadão, poderia ele assumir posições apaixonadas em face
dos problemas econômicos e políticos, mas jamais deveria defende-los a partir
de sua atividade profissional. Essa posição de Weber, que tantas discussões têm
provocado entre os cientistas sociais, constitui, ao isolar a sociologia dos
movimentos revolucionários, um dos momentos decisivos da profissionalização
dessa disciplina. A idéia de uma ciência social neutra seria um argumento útil
e fascinante para aqueles que viviam e iriam viver da sociologia como
profissão. Ela abria a possibilidade de conceber a sociologia como um conjunto
de técnicas neutras que poderiam ser oferecidas a qualquer comprador público ou
privado. Vários estudiosos da formação da sociologia têm assinalado, no
entanto, que a neutralidade defendida por Weber foi um recurso utilizado por
ele na luta pela liberdade intelectual, uma forma de manter a autonomia da
sociologia em face da burocracia e do Estado alemão da época.
6.3. CIENTISTA x POLÍTICO
A busca de uma neutralidade científica
levou Weber a estabelecer uma rigorosa fronteira entre o cientista, homem do
saber, das análises frias e penetrantes; e o político, homem de ação e de
decisão comprometido com questões práticas da vida. O que a ciência tem a
oferecer a esse homem de ação, segundo Weber, é um entendimento claro de sua
conduta, das motivações e das consequências de seus atos. A sociologia por ele
desenvolvida considerava o indivíduo e sua ação como ponto chave da
investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de partida
da sociologia era a compreensão da ação dos indivíduos e não a análise das
“instituições sociais” ou de “grupos sociais”, tão enfatizadas pelo pensamento
conservador. Com essa posição, não tinha a intenção de negar a existência ou a
importância dos fenômenos sociais, como o Estado, a empresa capitalista, a
sociedade anônima, mas tão somente a de ressaltar a necessidade de compreender
as intenções e motivações dos indivíduos que vivenciam estas situações sociais.
A ciência não pode propor fins a ação prática: “uma ciência empírica não está
apta a ensinar a ninguém aquilo que ‘deve’, mas, sim, apenas aquilo que ‘pode’
– em certas circunstâncias – aquilo que ‘quer fazer’”. O domínio da ciência
empírica deve ser definida como o dos meios e não como o dos fins.
20ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Segundo Weber, qual é ponto chave de uma investigação
sociológica?
b) – Por que Weber foi importante para a reputação
científica da sociologia?
c) – Por que Weber diferencia o cientista do político?
d) – O que Weber quis salientar ao dizer que o ponto chave
da investigação é o individuo e sua ação?
e) – Por que Weber afirma que a ciência não pode propor fins
a ação prática?
6.4. A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO
Vivendo em uma nação retardatária
quanto ao desenvolvimento capitalista, Weber procurou conhecer a fundo a
essência do capitalismo moderno. Ao contrário de Marx, Weber não considerava o
capitalismo um sistema injusto, irracional e anárquico. Para ele, as instituições
produzidas pelo capitalismo, como uma grande empresa, constituíam clara
demonstração de uma organização racional que desenvolvia suas atividades dentro
de um padrão de precisão e eficiência. Exaltou em diversas oportunidades a
formação histórica das sociedades inglesa e norte-americana, ressaltando a
figura do empresário, considerado às vezes um verdadeiro revolucionário. De
certa forma, o seu elogio a seu caráter antitradicional do capitalismo inglês,
especialmente do norte-americano, era a forma utilizada por ele para atacar os
aspectos retrógrados da sociedade alemã, principalmente os latifundiários
prussianos.
Em sua obra: “A ética protestante
e o espírito do capitalismo”, Weber procurou demonstrar que a formação do
capitalismo europeu não seguiu apenas causalidades econômicas como propôs Karl
Marx em suas teorias estritamente economicistas. Para Weber, as idéias
religiosas e éticas foram de importância fundamental na formação do
capitalismo, buscou também esclarecer os caracteres específicos do capitalismo
como um regime econômico de grande desenvolvimento, principalmente nos países
protestantes, especialmente naqueles em que predominava o calvinismo. Para ele,
não havia fundamento em admitir o principio de que a economia dominasse as
demais esferas da realidade social. Esse estudo o levou a pesquisar também a
história religiosa e social da Índia, da China e do povo judeu. O resultado
desse trabalho foi publicado em três volumes sob o titulo Estudos Reunidos
sobre a Sociologia das Religiões. Assim Weber fundou uma nova ramificação da
sociologia que foi a: Sociologia da religião.
21ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Por que Max Weber discordava de Marx sobre o
capitalismo?
b) – O que Weber buscou demonstrar em sua obra: A ética protestante
e o espirito do capitalismo”?
c) – Que ramificação da sociologia Weber fundou?
6.5. TIPO IDEAL
É o instrumento principal da
compreensão. Corresponde a um processo que representa o primeiro nível de
generalização de conceitos absolutos e correspondendo as exigências lógicas da
prova, então intimamente ligados à realidade concreta e particular (de relações
sociais). Corresponde a um processo de conceituação que abstrai de fenômenos
concretos o que existe de particular, construindo assim um conceito
individualizante ou como diz o próprio Weber: “um conceito histórico concreto”.
É um procedimento metodológico que incorporam relações sociais abstratas,
características universais da ação social e conjuntura histórica definida. O
tipo ideal não deve ser aceito somente como generalizações, proposições,
definições e hipóteses.
6.6. AÇÃO E RELAÇÃO SOCIAL
A ação é definida por Weber como
toda conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de um significado dado por
quem a executa e que orienta essa ação. Quando tal orientação tem vista a ação
– passada, presente, ou futura – de outro ou de outros agentes que podem ser
“individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos indeterminados
e completamente desconhecidos” – o público, a audiência de um programa, a
família do agente etc – a ação passa a ser definida como social. A ação é
determinada pelas intenções, motivações e expectativas de outros. A relação
social se refere à conduta de múltiplos agentes que se orientam reciprocamente
em conformidade com um conteúdo específico (conflito, hostilidade, amizade,
competição, atração sexual etc) do próprio sentido das suas ações. As relações
sociais podem ser de natureza transitória, assimétrica: quando não há o mesmo
sentido subjetivo e se expõe atitudes diferentes sem reciprocidade, mas
mutuamente orientado à mesma expectativa; simétrica: quando a relação
corresponde em suas expectativas o mesmo significado para todos envolvidos.
6.7. AÇÃO SOCIAL
Para Weber a sociologia é a
ciência que procura uma compreensão interpretativa da ação social para a partir
daí chegar à explicação causal do seu sentido e dos seus efeitos. Para Max
Weber, a análise sociológica estará centrada nos atores e em suas ações. O
agente individual é a unidade da análise sociológica, a única entidade capaz de
conferir significado às suas ações. A sociedade não é algo exterior e superior
aos indivíduos; a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das
ações individuais reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto
da sociologia a ação social, que é qualquer ação que o individuo faz
orientando-se pela ação de outros. Toda vez que se estabelecer uma relação
significativa, isto é, algum tipo de sentido entre várias ações sociais, terá
então relações sociais. Só existe ação social quando o individuo tenta
estabelecer algum tipo de comunicação a partir de suas ações com os demais. Nem
toda ação, desse ponto de vista, será social, mas apenas aquelas que impliquem
alguma orientação significativa visando outros indivíduos.
6.8. TIPOS DE AÇÃO SOCIAL
Weber afirma que podemos pensar
em diferentes tipos de ação social, agrupando-os de acordo com o modo pelo qual
os indivíduos orientam suas ações. Assim ele estabelece quatro tipos de ação
social:
1º. Ação tradicional –
que é determinada por um costume ou um hábito arraigado;
2º. Ação afetiva –
aquela determinada por afetos ou estados sentimentais;
3º. Ação racional com
relação a valores – determinada pela crença consciente num valor
considerado importante, independente do êxito desse valor na realidade;
4º. Ação racional com
relação a fins – determinada pelo cálculo racional que coloca fins e
organiza os meios necessários.
Weber admite não existir ação
pura todas são possíveis de misturas.
22ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – O que é o tipo ideal e o que ele corresponde?
b) – O que é ação?
c) – O que é relação social?
d) – O que é sociologia para Weber?
e) – Em que está centrada a análise sociológica?
f) – Qual o objeto de estudo da sociologia segundo Weber?
g) – Quando existe ação social?
h) – Cite e explique os diferentes tipos de ação social.
6.9. TEORIA DA ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL: CLASSES,
ESTAMENTOS E PARTIDOS.
No estudo das relações sociais,
Weber percebeu que nas sociedades a existência de diferenças sociais
pode ter vários princípios explicativos, sendo que o critério de classificação
mais relevante é dado pela dominância, em cada unidade histórica, de uma forma
de organização ou pelo peso particular que cada uma das diversas esferas da
vida coletiva possa ter, essas esferas são: econômica, religiosa, política,
jurídica, social, cultural – cada uma com sua lógica particular de
funcionamento. Assim Weber, destacou as três esferas (dimensões) da sociedade,
sendo que cada esfera possui sua ordem de estratificação própria:
▪ Classes – refere-se a
ordem econômica, o interesse econômico é fator que cria uma classe, podendo-se
até considerar que as classes estão estratificadas segundo suas relações com a
produção e a aquisição de bens; a estratificação econômica é, portanto,
representada pelos rendimentos, bens e serviços que o individuo possui ou de
que dispõe.
▪ Estamentos (status) –
refere-se a ordem social, onde os grupos de status estratificam-se em função do
principio de consumo de bens, representados por estilos de vida específicos, a
estratificação social é, portanto, evidenciada pelo prestigio e honra
desfrutados.
▪ Partidos – refere-se a
ordem política, que manifesta-se através do poder; a estratificação política é
assim observada através da distribuição do poder entre grupos e partidos
políticos, entre indivíduos no interior dos grupos e partidos, assim como entre
os indivíduos na esfera da ação política.
6.10. A CONCEPÇÃO DE ESTADO
Segundo Weber, o Estado é uma
instituição social que mantém o monopólio do uso legitimo da força física
dentro de determinado território, para que este estado exista é preciso que sua
autoridade seja reconhecida como legitima. Neste sentido, o Estado é definido
por sua autoridade para gerar e aplicar poder coletivo. Como acontece com todas
as instituições sociais, o Estado é organizado em torno de um conjunto de
funções sociais, incluindo manter a lei, a ordem e a estabilidade, resolver
vários tipos de litígios através do sistema judiciário, cobrar impostos, censo,
identificação e registro da população, alistamento militar, encarrega-se da
defesa comum e cuidar do bem-estar da população de maneira que estão além dos
meios do indivíduo, tal como implementar medidas de saúde pública, prover
educação de massa etc.
6.11. DOMINAÇÃO E AUTORIDADE
Para Weber, os conceitos de
dominação e autoridade possibilitam a explicação da regularidade do conteúdo de
ações e das relações sociais ligada à determinada obediência dentro de
determinados grupos sociais. Segundo Weber, dominação é um estado de coisas
pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores
influi sobre os atos de outros (do dominado ou dos dominados), de tal modo que,
em um grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os dominados
tivessem adotado por si mesmos e como máxima de sua ação o conteúdo do mandato
(obediência). Assim destaca-se três tipos de dominação legitima justificadas
por motivos (fontes) de submissão ou princípios de autoridades distintas:
* Racional-legal – se
baseia na racionalidade das leis, é um empreendimento contínuo de funções
públicas, empreendimento este que envolve regulamentos e registros escritos,
bem como um corpo de funcionários especializados. A dominação legal apresenta
como característica a noção mais ou menos disseminada de direito. Weber
focaliza o problema de que a autoridade dos governantes, baseada na legalidade,
é limitada pela ordem impessoal do direito, e que os governados (cidadãos) só
devem obediência a essa ordem impessoal. A mais típica forma de domínio legal é
a burocracia.
* Tradicional – é
baseado na autoridade pessoal do governante, investida por força do costume, é
uma autoridade discricionária, não submetida a princípios fixos e formais.
Pertencem ao domínio tradicionais tipos de dominação gerontocrática, tais como
patrimonialismo, patriarcalismo, sultanismo.
* Carismático – é
baseado no carisma (emoção), qualidade tida como excepcional de liderança, que
se manifesta como uma espécie de magnetismo pessoal mágico e que leva a pessoa
carismática a ter certa preponderância sobre as demais. Assim o carisma pode
estar presente num demagogo ou num ditador, num herói militar ou num líder
revolucionário. É o carisma encarnado na pessoa do chefe que leva os liderados
a se entregar emocionalmente a essa liderança pessoal.
23ª – ATIVIDADE. Responda em seu caderno:
a) – Explique a teoria da estratificação social segundo
Weber.
b) – Explique a concepção de Estado para Weber.
c) – Qual a importância de estudo dos conceitos de dominação
e autoridade?
d) – O que é dominação para Weber?
e) – Cite e explique os três tipos de dominação legitima
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pensamento sociológico. São Paulo: Centauros, 2001.
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marxista. São Paulo: editora Cortez, 2000.
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Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 1994.
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Durkheim e Weber. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
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Nelson Dacio. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
VIEIRA,
Evaldo. Sociologia da Educação. São Paulo: FTD 1996.
WEBER,
Max. Conceitos básicos de sociologia. São Paulo: centauro,
2002.
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